Publicado em: 18/03/2019
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Espécie inusitada de dinossauro é descoberta na Patagônia e intriga paleontólogos

Um dinossauro gigante com crista de espinhos foi descoberto na província de Neuquén, norte da Patagônia, por pesquisadores da Fundação Félix de Azara e do Museu Paleontológico Ernesto Bachmann, em Villa El Chocón. A espécie media nove metros de comprimento e vivia há 140 milhões de anos no local que hoje é chamado de Patagônia argentina.

Ela foi batizada como Bajadasaurus pronuspinax. Esse termo se refere à formação geológica em que foi encontrada, a Bajada Colorada, e aos longos espinhos inclinados para a frente, se estendendo do pescoço ao dorso, que são sua principal característica.

Pablo Gallina, paleontólogo que participa da descoberta, aponta que o "achado" é extraordinário, porque o Bajadasaurus é um animal completamente desconhecido, que tinha características únicas. Sua crista cheia de espinhos enormes, chamados de espinhos neurais, são projeções de ossos que saem da parte superior das vértebras do pescoço. Eles são espinhos alongados e chegavam a medir 1,20m.

Os Bajadasaurus tinham espinhos porque estavam na família dos dicreosáuridos, que se diferenciavam justamente por essa característica. No caso dessa espécie, os espinhos eram cobertos por um elemento que os dava reforço. Além disso, a família dicreosáuridos pertence ao grupo dos dinossauros saurópodes. Isso significa eles também eram herbívoros, quadrúpedes, de grande porte e com pescoço e cauda compridos.

Apesar de existirem algumas hipóteses sobre a utilidade dos espinhos dorsais, para o paleontólogo que integra a pesquisa, eles tinham a função de defesa passiva. Nessa lógica, os espinhos serviam para afugentar possíveis predadores, já que os Bajadasaurus passavem grande parte do dia com o pescoço curvado pra frente, se alimentando de vegetação. Mais de 20 espinhos gigantes ficavam apontados, formando um grande leque.

 

Patagônia é um grande tesouro de fósseis

Os paleontólogos conseguiram recuperar 80% do crânio encontrado, fazendo-o se tornar o crânio de um dinossauro dicreosáurido mais bem preservado do mundo. Eles também extraíram das rochas do local as primeiras vértebras do pescoço e uma das partes do meio, além de dentes e mandíbulas.

Mais de 100 espécies de dinossauros já foram encontradas na Argentina. Isso acontece porque as rochas do solo da Patagônia são de 220 milhões de anos atrás a 65 milhões de anos atrás. A superfície dessas rochas foi desgastada ao longo do tempo e a área é predominantemente deserta, com pouca vegetação, deixando essas rochas expostas e facilitando a descoberta dos fósseis.

 

Foto: EUTERS / AGUSTIN MARCARIAN - Dinossauro Bajadasaurus pronuspinax

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